Polícia apreendeu dinheiro e material usado no crime | COLOMBIANO É DETIDO EM FLAGRANTE POR SUSPEITA DE AGIOTAGEM.

Um homem – de nacionalidade Colombiana – foi detido, em flagrante, durante uma operação policial realizada na tarde de terça-feira (05/09). A ação, realizada pela Polícia Civil com apoio da Brigada Militar, aconteceu no centro de São Gabriel. O elemento foi abordado e, com ele, os policiais apreenderam dinheiro e material destinado a um esquema de agiotagem (Crime contra economia popular).
Segundo a Polícia Civil, o elemento tinha em seu poder um montante de R$ 5.302,50 e ainda diversas notas promissórias, blocos de anotações, cartões de visitas e outros materiais destinados a empréstimos com juros abusivos, que eram cobrados em parcelas diárias.
A investigação vai apurar indícios da prática de crimes de extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro, já que o modo de operação é semelhante a outros casos registrados no Rio Grande do Sul e em outros estados brasileiros; a Polícia Civil vai instaurar um Inquérito Policial para identificação das vítimas e elucidação dos demais suspeitos. Responsável pelo caso, o delegado Fabrício Lima Ferreira, da DP de São Gabriel, ressalta que a ação é fruto do trabalho integrado entre as instituições de segurança.

CASO SEMELHANTE NA REGIÃO DE PORTO ALEGRE

A atuação de colombianos na Região Metropolitana vai bem além do Bono a Estrela, loteria ilegal com cartelas em espanhol e sorteio ao ar livre, prática que chegou a ser revelada por um dos veículos do Grupo RBS no mês de julho deste ano.
Os estrangeiros também estão por trás de uma rede irregular de empréstimo de dinheiro a juro para pequenos comerciantes. Nos bairros Guajuviras e Estância Velha, em Canoas, e em cidades vizinhas, o Grupo de Investigação da RBS (GDI) constatou o crime de agiotagem feito às claras nas ruas principais. Pequenos cartões são entregues a pedestres e a lojistas oferecendo crédito facilitado em até seis horas, inclusive para pessoas negativadas. Basta ao interessado entrar em contato com um WhatsApp ou um número fixo, escritos no anúncio.
A reportagem recebeu os cartões em locais próximos ao ponto onde são realizados os sorteios do Bono a Estrela, entre duas lojas da avenida principal do bairro. Em um deles, a proposta é empréstimo “sem burocracia, sem fiador, sem consulta ao SPC ou Serasa, mediante pagamentos diários”. Um dos lojistas, que pediu para não ser identificado, explicou que os colombianos emprestam a partir de R$ 500, com juros de 10% a 20% com a obrigação de pagamento de parcelas diárias em um prazo máximo de quitação de 20 dias.
O GDI teve o a cartões onde os valores oferecidos vão até os R$ 5 mil e a quitação pode ser feita entre 20 e 24 parcelas diárias. Para pedir os valores, é necessário apresentar F, comprovante de residência (normalmente compartilhada através da função de localização do WhatsApp) e o CNPJ da loja, além de dois números de telefone. Tudo isso porque não há qualquer registro oficial do empréstimo, e os colombianos querem garantias de pagamento.
Para a reportagem do GZH, em julho ado, a promotora Alessandra Moura Bastian da Cunha, coordenadora do Centro de Apoio Operacional Criminal e de Acolhimento às Vítimas do Ministério Público (MP), afirmou que a ilegalidade é clara: “A taxa de juro depende da análise de caso concreto. Mas 20% em 20 dias é abusivo. É o crime de usura, que nós conhecemos como agiotagem. Está previsto na legislação nos crimes contra a economia popular. Nesse caso, não tenho dúvida nenhuma, pelas taxas que estão sendo cobradas, de que temos o crime de usura”, disse a promotora.
Sem entrar no mérito específico do caso dos colombianos, o delegado Thiago Albeche, da Delegacia de Defraudações da Polícia Civil, ressaltou que, quando o empréstimo é feito entre particulares, a taxa de juros que pode ser cobrada é bastante baixa. E quando o empréstimo for praticado por uma pessoa jurídica, é necessária autorização das autoridades financeiras.
Segundo a promotora Alessandra Cunha, “geralmente, a prática dessa maneira, a depender da situação, pode ser classificada como organização criminosa e lavagem de dinheiro, dependendo do aprofundamento da investigação”.

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