Eleições 2024 | “NOSSO CARRO-CHEFE SERÁ SAÚDE E EMPREGO”, DIZ LADISLÊ.


O Fato inicia hoje, conforme anunciado em nossa última edição, a série de entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura Municipal e o primeiro pré-candidato a ser ouvido, pela ordem definida, é Ladislê Camargo Teixeira.
Hoje filiado ao União Brasil, Ladislê tem no seu currículo extensa ficha de serviços prestados à istração Pública Federal, Estadual e Municipal, tendo sido Coordenador do programa federal “Luz Para Todos”, do programa estadual “EMANCIPAR”, da Defesa Civil, além de ter sido Secretário Municipal da Agricultura. Atualmente é assistente istrativo da presidência da TRENSURB (Estatal Federal, regida pelo Ministério de Desenvolvimento Regional).
Esse ciclo de entrevistas proposto por O Fato é uma forma de trazer a público as discussões que já ocorrem dentro dos partidos e nas rodas de conversa da cidade e, mais importante, deixar a população gabrielense informada sobre as intenções dos possíveis candidatos. Desta forma, inclusive, será possível cobrar de quem for eleito o cumprimento dos compromissos assumidos nessa entrevista, que é uma forma de consignar suas intenções.
Para manter a isonomia, definimos, em um grande grupo, as perguntas que entendemos mais relevantes a serem feitas àqueles que se colocam como pré-candidatos e todos, que aceitaram nosso convite, responderão aos mesmos questionamentos. A intenção, com a concessão desse espaço, é atingir o lema de nossa patrona, de fazer de O Fato “Um Jornal a Serviço do Povo”.
Ladislê optou por nos encaminhar as repostas por áudio que encontram-se arquivados em nossos registros, razão pela qual traremos abaixo uma versão editada, mas o mais fiel possível da resposta do entrevistado.
1 – O que te qualifica ao cargo de Prefeito? Qual o diferencial te torna a pessoa mais indicada a comandar a cidade entre 2025 e 2028?
LADISLÊ – Fui secretário do Executivo e acredito que fui um secretário atuante. Também fui coordenador do programa federal Luz Para Todos; do programa estadual Emancipar; e coordenador da Defesa Civil. Hoje, sou assistente istrativo da presidência da Trensurb, estatal federal com mais de 1.200 funcionários. Portanto, experiência e qualificação não me faltam.
Quero deixar claro, entretanto, que nunca me coloquei nessa condição. Esse desejo vem da própria comunidade. São pessoas que confiam em mim e nas minhas propostas. Não me vejo com o mais indicado, mas me considero a pessoa que mais conhece os anseios reais da nossa comunidade, pois recebo as manifestações do povo através da convivência e atuação diária junto à comunidade.
2- Sabemos que o cenário para a eleição municipal é dinâmico e que, historicamente, muitos pré-candidatos desistem da candidatura. O senhor está disponível para outro cargo eletivo caso não emplaque a candidatura a prefeito? Se sim, te enxergas mais ao lado da situação ou da oposição? E por qual partido pretende se lançar na disputa?
LADISLÊ – Ainda é cedo para apresentar uma definição quanto ao cargo, mas, com certeza, o meu nome vai estar à disposição do partido. Certo que serei oposição. Entretanto, uma oposição responsável, contra tudo que acontece de errado.
3 – Na sua avaliação qual a relevância de apoios de líderes políticos que não se colocaram como pré candidatos, como Rossano, Balbo, Inocêncio e Bina?
LADISLÊ – Não podemos desmerecer a história política de Balbo e Rossano. Juntos, governaram por 30 anos (intercalando istrações). Eles foram colocados (lá) através do voto popular e isso tem que ser respeitado. Porém, são ciclos que se renovam. Se o povo quer realmente renovação, essa mudança deve começar pela raiz e, então, não pode ar por eles.
4 – São Gabriel tem problemas históricos ainda não resolvidos como a cheia do Vacacaí que, de tempos em tempos, desabriga e faz com que famílias percam aquilo que com muito suor conquistaram. O que fazer para enfrentar esses problemas? Há um projeto desenhado sobre o assunto? De onde poderiam vir os recursos para tanto?
LADISLÊ – Esse problema se arrasta por muitos anos e, até hoje, nada foi elaborado, nem um projeto para recuperação do seu leito. Sem falar na falta de consciência do povo, que descarta lixo diariamente. Nós precisamos sentar (com técnicos e engenheiros) e criar um projeto viável para a sua recuperação. Quando fui secretário da Agricultura e, depois, coordenador da Defesa Civil, e pude ver o desespero das pessoas. São famílias que perderam tudo. Acho que já deveriam ter sido realocadas através de programas habitacionais. Enquanto elas estão à beira do rio e, a cada enchente, perdem todos os seus móveis, têm apartamentos fechados na Antônio Trilha, sem uso, porque foram dados para quem já tem casa própria. No nosso governo, vamos acabar com essa pouca-vergonha.
5 – Na saúde pública, um dos grandes dilemas é a dificuldade de atrair médicos para as cidades do interior, especialmente nas especialidades. Muitos preferem o que os grandes centros têm a oferecer. Como pretende enfrentar essa questão, e quais seus planos para a Saúde Pública?
LADISLÊ – Eu me sinto à vontade para falar, porque tenho atuado, com frequência, na busca de uma saúde de qualidade para todos. Vejo que falam sobre o tema Mais Médicos (Por que não vêm para São Gabriel? Por que São Gabriel não consegue atrair?). No entanto, os médicos já vieram e foram embora. Isso, porque são profissionais formados em determinadas especialidades e vieram na intenção de exercer essa função. Mas quando chegam, não podem exercer a especialidade, porque já tem médicos (que atuam há anos, já se aposentando) que sãos donos da situação. Isso tem que acabar! Vamos resolver isso, trazendo os cubanos. O Programa Mais Médicos foi relançado pelo governo federal. Deu muito certo no governo do ex-prefeito Roque (de 18 médicos ou ou para 41), as pessoas iam nos postos e eram atendidas, consultavam e não faltavam profissionais.
Além disso, os médicos que atendem nos postos, que têm contrato com o Município, serão fiscalizados. Terão que cumprir a carga horária.
Hoje, as pessoas vão nos postos, não encontram o médico, não conseguem consultar e acabam indo para o PA da Santa Casa e, muitas vezes, não conseguem consultar também.
Na questão do PA da Santa Casa, como recebe recursos do Município, vamos colocar um funcionário do Município (dentro do hospital) para fiscalizar o atendimento. A nossa saúde está precária. Ela precisa de investimentos, ser tratada com seriedade… na UBS Brandão Júnior, vamos criar um comitê de funcionários para atuar junto aos hospitais do RS, em busca de leitos, exames… não vamos permitir que façam (como é feito hoje), de colocar nomes no sistema e simplesmente não darem continuidade ao processo (o paciente sequer é informado se conseguiu ou não uma vaga, o atendimento).
Vamos colocar pessoas qualificadas para trabalhar diariamente em busca de resultados nos hospitais, no governo estadual e na região, para que esses exames, que levam até anos, sejam agilizados e para que o nosso povo não fique esperando. Tem pessoas que estão esperando, há 2 ou 3 anos, por um simples exame ou por um oftalmologista.
Vamos buscar recursos para implantarmos uma UPA em são Gabriel. Desta forma, a população não ficará dependendo somente do PA da Santa Casa.
6 – Muitas candidaturas em outras eleições se elegeram prometendo trazer grandes empresas e gerar muitos empregos, e decepcionaram. Como você pretende enfrentar a questão do desemprego, especialmente entre os mais jovens?
LADISLÊ – É possível atrair novas indústrias, como é o exemplo de Marfrig, Urbano, frigorífico Foresta, principalmente ligadas à agropecuária. Se você pegar os planos de governo de todos os outros candidatos, em todos consta: distrito industrial, porém, mesmo os que tiveram oportunidade, nunca executaram. Para que se busque uma empresa há que se ter estrutura a oferecer. Por isso, o empresário não vem. Cito o exemplo de 2007 onde viajei com o sobrinho do diretor presidente do grupo Marfrig e conseguimos junto à AESSUL a liberação de rede de energia para que o Marfrig pudesse inaugurar e operar sua câmara fria, pois caso contrário poderia ocorrer um blackout na cidade. Veja bem, não tínhamos sequer luz para atrair uma indústria como Marfrig.
No nosso governo, vamos criar o Distrito Industrial (na Br-290) para dar condições e atrair indústrias e empresas. Vamos conversar com os empresários e dar incentivos fiscais para que garantam, pelo menos, 30% das vagas para jovens que buscam sua primeira experiência.
Outra medida é enxugar a máquina pública, gastar menos com terceirizadas, aplicar bem os recursos do município. Um exemplo é a questão do lixo. A empresa contratada leva milhões do município, dinheiro que poderia ser aplicado na aquisição de dois caminhões e duas retros, e ainda sobraria.
Está na hora de pararmos de gastar dinheiro demais com empresas terceirizadas, tal qual no parque Eglon Meyer Correa, onde milhões foram aplicados por diversas gestões e até hoje não está concluído. Esse dinheiro poderia ser melhor aplicado em poços artesianos. Construíram uma ciclovia gastando quase R$ 200 mil… desmancharam outra ciclovia… isso é dinheiro público jogado fora.
7 – Atualmente existe um programa de castração animal, que as entidades ligadas à causa afirmam ser insuficiente. Qual será a sua forma de enfrentar as questões ligadas à causa animal em São Gabriel?
LADISLÊ – Está na hora de São Gabriel ter um canil construído adequadamente e que seja decente. No Bela Vista, voluntárias estão tentando construir um canil, mas não será suficiente, devido ao grande número de animais soltos pelas ruas. O município precisa se envolver mais com a causa animal. A Prefeitura tem que chamar pra si a responsabilidade e construir um canil, contratar veterinários e ampliar a castração de animais. Não é impossível criar um ambulatório para castração com profissionais contratados pelo município! Hoje, as voluntárias “se viram nos 30” para tentar resolver e o Município só empurra com a barriga.
8 – Existe, atualmente, preocupação com a segurança pública nas escolas, o trânsito e também na comunidade em geral. O senhor pretende criar guarda municipal? Se sim, com que recurso?
LADISLÊ – São Gabriel tem que ter guarda municipal. Criaram um estacionamento rotativo, que não deu certo, porque não tinha guarda. Além da violência aumentar muito e a Brigada Militar não dar conta. A demanda é muito grande e o efetivo diminuiu. A Brigada tem que fazer um policiamento ostensivo e não tem como estar em todos os lugares ao mesmo tempo.
São Gabriel necessita de uma guarda municipal para auxiliar no trânsito, cuidar do patrimônio público e auxiliar na segurança das pessoas.
E como se faz isso? Abre concurso. E da onde vem recurso? Do Fundo Nacional de Segurança.
9 – São Gabriel está avançando para se adequar as novas metas do Marco do Saneamento mas a população tem criticado muito a ação da SG Saneamento, concessionária da cidade, em relação aos buracos causados pelos operações que abrem as ruas, por frequentemente receberem água suja nas residências e pelo aumento no valor da conta. Qual sua visão sobre esta questão?
LADISLÊ – Na questão do Saneamento muito tem se falado, mas nada aconteceu. Prefeitos, vereadores falaram, mas não resolveram essa questão. Se disse, inclusive, que quem recebesse água suja em casa seria ressarcido, mas não tenho notícia disso ter acontecido até hoje.
Algo tem que ser feito. Eu quero assumir um compromisso com a comunidade… em um possível governo meu, no dia 02 de janeiro farei uma rescisão unilateral, que é quando a istração pública aventando questões de ilegalidade, inadimplemento contratual ou razões de interesse público, decide encerrar a relação contratual antes do término do prazo de vigência. Embora o contrato seja bem “amarradinho”, não diz nesse contrato que a empresa levaria uma água suja para o povo beber, que seguidamente estariam estourando as tubulações ou quea empresa iria esburacar toda a cidade, com má manutenção, cabendo ao Município consertar. Após rescindir o contrato, vamos municipalizar, mantendo o emprego daqueles que hoje trabalham na empresa.
10 – O cenário para a maioria das prefeituras municipais é de queda de arrecadação e aumento dos compromissos financeiros por determinações federais (Piso do Magistério, Piso da Enfermagem, teto de gastos com pessoal, etc). Qual sua estratégia para fazer investimentos? Noutras palavras, de onde a cidade pode extrair recursos para incrementar seu crescimento?
LADISLÊ – Como falei, temos que investir direito. Vamos estruturar a infraestrutura das estradas para melhorá-las, para que os produtores tenham melhores condições para produzir cada vez mais, para estabelecerem novas empresas agropecuárias, pois hoje é o setor quem vem investindo forte. Querermos reativar a Secretaria da Agricultura, que, junto com outras secretarias, irá fomentar novos investimentos. Hoje, a agropecuária está muito forte e vamos investir pesado nisso.
11 – Para encerrarmos, muitos prefeitos falam em um novo Pacto Federativo, com mais recursos para as cidades e menor dependência das esferas estadual e federal. Qual o seu entendimento desta questão e como o senhor vê a atuação do governador Eduardo Leite e do presidente Lula?
LADISLÊ – Eu não acredito na concretização do Pacto Federativo. O governo federal, cada vez mais, tem buscado para si todos os recursos. O que mais nos preocupa é o tratamento dispensado ao setor agropecuário, sendo que somos uma região totalmente agropecuária… tudo gira em torno do que é produzido (arroz, soja, trigo, gado…) e o tratamento que tem sido dado é muito preocupante, assim como a questão do ICMS. Quanto mais aumenta a carga tributária, menos sobra dinheiro para investimentos e aumentar a produção, tanto em âmbito estadual quanto federal. Não dá para esquecer que a proposta do novo Pacto Federativo irá extinguir pequenas cidades, como, por exemplo, Santa Margarida do Sul e Vila Nova do Sul. Eu sou contra isso. Não concordo! Imaginem só, acontecendo isso, os dois municípios voltarão a fazer parte de São Gabriel. Hoje, o Executivo não tem condições de cuidar das suas finanças e istrar São Gabriel, imaginem reincorporando Vila Nova e Santa Margarida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Eu quero dizer para a comunidade que não tenho medo do novo; as pessoas falam na mudança, mas, se vamos implantá-la, tem que ser algo concreto… tem que realmente mudar. Dar oportunidade aos novos candidatos, pessoas com vontade de fazer e trabalhar por São Gabriel. Vamos fazer uma istração sem distinção de classe social. Logicamente, vamos investir naqueles mais humildes (que mais precisam do auxilio do poder público), mas não vamos deixar de atender as outras classes.
Vamos apoiar o esporte amador, carnaval, tradicionalismo… enfim, será uma istração para todos. Esse a minha intenção. Essa é a São Gabriel que desejo e quero para todos.
O carro-chefe do meu governo vai ser Emprego e Saúde. Entendo que não adianta fazer benfeitorias, se o homem não tiver leite e pão para colocar na mesa, para os seu filhos, e não tiver saúde para trabalhar, toda e qualquer prosperidade será falsa.

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