ALÍCIA, COM 10 ANOS, É UMA DAS REVELAÇÕES.
Eles são pequenos, mas já sabem o que querem. Alguns ainda não aprenderam a falar direito, mas já fazem uso do lanço com uma convicção que faz brilhar os olhos de que acompanha as provas.
Estamos falando de uma geração de “laçadores” incentivada pelos pais e motivada pela inserção de provas campeiras formalizadas com o objetivo de incluir crianças e adolescentes no dia a dia do mundo tradicionalista.
Em São Gabriel, o Rodeio Cidade de São Gabriel, realizado entre os dias 17 e 19 de janeiro, reuniu mais de 30 competidores com idade variando entre 1 e 10 anos.
“A tradição é bonita. O movimento tradicionalista é, ainda, um dos melhores ambientes. Fico feliz e estou sempre incentivando”, conta o médico veterinário Cloves Ferraz de Bittencourt, pai de Valentim e Cecília França de Bittencourt, dois dos nomes que se destacaram na competição que abriu o calendário de rodeios em São Gabriel.
VALENTIM, COM 1 ANO E 7 MESES: O LAÇADOR MAIS JOVEM.
Cecília tem apenas 6 anos é já tem quatro troféus para provar que laço não é somente para homens e muito menos só para adultos.
O prêmio mais recente foi conquistado no Rodeio Cidade de São Gabriel, na prova de vaca parada, representando o CTG Tarumã; ela ainda pôde acompanhar, ao lado dos pais, a apresentação do irmão Valentim (o mais jovem competidor, com apenas 1 ano e 7 meses). O menino foi uma das grandes atrações.
“O pequeno é apaixonado. Está sempre com uma cordinha na mão”, diz o pai, que vê nos filhos o reflexo da relação de apoio que encontrou no pai, quando era criança e começou a participar de provas campeiras.
A história de Alícia Biscaglia é ainda mais apaixonante para que procura no tradicionalismo um espelho para a vida.
A prendinha – que veste as cores do CTG Querência do Pai Quati – conquistou o primeiro lugar na prova de vaca parada, também no Rodeio Cidade de São Gabriel, mas não está muito satisfeita com os desafios impostos a ela. Ela quer mais.
A mãe da menina, Franciele Biscaglia de Oliveira da Rosa, conta que a filha já começou a trocar a vaca parada pela vaca correndo. “Sinto um frio na barriga, mas ao mesmo tempo, amamos ver ela seguir esse meio”, explica.
Com apenas 10 anos, Alícia tem mais de 20 troféus, sendo que três deles foram conquistados, em sequência, nos três últimos Rodeios do Conesul.
A paixão pelo tradicionalismo tem muito a ver com a amor que uniu os seus pais, há 12 anos.
Alícia nasceu no dia 31 de agosto e, acreditem, no dia 13 de setembro já participava da sua primeira Semana Farroupilha.
Franciele conta que conheceu o marido Luan Moreira da Rosa em um evento tradicionalista. “Trocamos as alianças em um rodeio. Desde que a Alícia nasceu, ela nós acompanha e assim começou a gostar da arte de laçar”, relatou a mãe.
Pedro Henrique Henn Moreira também tem 10 anos e começou a participar das provas de vaca parada incentivado pelo pai Vasco Moreira. A irmã dele, Mariana Henn, também participa de competições de laço. Vasco e Mariana inspiraram o menino, que hoje aparece entre as grandes revelações do esporte tradicionalista.
Apesar da pouca idade, Pedro Henrique tem experiência em competições regionais e deverá ser um dos representantes de São Gabriel no Rodeio Internacional de Vacaria, no dias 7 e 8 de fevereiro, no nordeste do Estado, vestindo as cores do CTG Lenço Branco do Bom Fim.