CASO BENTO: ADVOGADOS USARÃO LAUDO, QUE APONTA A EMBRIAGUEZ DE PM, EM DEFESA DE CLIENTE.

giovani morback

Giovani Castro Morback está entre os acusados presos em janeiro

Perto de completar 9 meses, a morte do PM Bento Júnior Teixeira Borges voltou a ser discutida em São Gabriel. Nem mesmo a primeira audiência (quando foram ouvidas 17 testemunhas de acusação), no final do primeiro semestre, chamou tanto atenção quanto o laudo de exames toxicológicos e de álcool divulgado, nesta terça-feira (12/09), pelo advogado Tiago Machado Battaglin, responsável pela defesa de um dos acusados. O documento – solicitado por ele e pelo Ministério Público – revela que o policial estava embriagado no momento do confronto com os responsáveis por sua morte.

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Tiago Battaglin

Conforme o resultado do laudo, Bento tinha 6,8 decigramas de álcool etílico por litro de sangue no organismo. O exame foi feito pelo Instituto Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre e foi anexando ao processo. Não foi constatada nenhuma substância ilícita.
“Não era um policial fazendo uma abordagem. Era um bêbado portando uma arma. Em qualquer outra circunstância, no trânsito, essa quantidade de álcool já seria crime. O resultado do exame vem corroborar com a tese de que ele não tinha noção do que estava fazendo”, argumentou o advogado.
Battaglin – que atua em parceria com o advogado Gustavo Teixeira Segala – defende o acusado Giovani Castro Morback, que aparece nas imagens das câmeras de vigilância do Posto Batovi atirando uma garrafa e um galão de gasolina contra o policial. Ela ainda dá uma rasteira em Bento e, no final das imagens, é flagrado chutando o carro da vítima.

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Gustavo Teixeira Segala

O advogado busca desqualificar a acusação de homicídio que pesa sobre o seu cliente. Battaglin alega que Morback agiu em defesa do amigo (o adolescente João Gabriel Ferraz da Silva, morto pelo policial com três tiros) e que ele não teria participado das agressões que resultaram no assassinato do PM.
“Ele não tinha a intenção de matar e nem aderiu a conduta, de outros, de querer matar”, argumenta.

A ARGUMENTAÇÃO
A defesa de Morback deverá ainda expor as condições da vítima no momento do confronto. O advogado é enfático ao afirmar que o estopim de tudo “foi o envolvimento de uma pessoa embriagada”. Na análise dele, Bento teve o raciocínio afetado pelo efeito do álcool.

ENTENDA O CASO
A Polícia Civil de São Gabriel concluiu na primeira semana de janeiro o inquérito sobre a morte do policial militar Bento Júnior Teixeira Borges, de 36 anos, agredido por um grupo de pessoas em uma briga no estacionamento do Posto Batovi. O policial estava de folga e tentou acabar com o conflito, mas terminou sendo espancado por integrantes do chamado Bonde do João de Barro.
Na briga, o policial militar matou um adolescente de 16 anos – João Gabriel Ferraz da Silva, esfaqueou um dos agressores – Silvio Jobim D’Ávila, de 36 anos e baleou um terceiro elemento, identificado como sendo Alisson de Quadros Fagundes, de 19 anos.
De acordo com o delegado de polícia José Soares Bastos, responsável pelas investigações, todos os envolvidos foram indiciados por homicídio qualificado e dano ao patrimônio (em relação ao carro do soldado que foi depredado), além de corrupção de menores no caso dos adultos.
Depois da conclusão do inquérito, a Polícia ainda prendeu mais dois envolvidos. No total, foram identificadas 19 pessoas. A Polícia Civil concluiu a prisão de 10 maiores de idade e a apreensão de nove adolescentes. Sete foram encaminhados para a Fundação de Atendimento Socioeducativo (FASE) de Santa Maria. Duas meninas apreendidas, uma delas aparece várias vezes agredindo o PM e quebrado o automóvel, foram levadas para a Fase de Porto Alegre. Os maiores de idade foram encaminhados para o Presídio Estadual de São Gabriel.

PROCEDIMENTOS

A conduta de dois PMs foi analisada pelo Comando da Brigada Militar a fim de apurar se houve ou não omissão dos policiais que aparecem nas imagens das câmeras de vigilância (incluindo o que gravou vídeo da violência em um aparelho de telefone celular).
Os dois PMs prestaram depoimentos à BM, que, na época, tinha até o final de fevereiro para concluir o Inquérito Policial Militar (IPM). Além disso, foi aberta uma sindicância especial para apurar a conduta do policial morto. Na prática, o resultado poderia garantir ou não aposentadoria integral à mulher do PM, além de uma promoção póstuma para a vítima e uma condecoração por ato de bravura.
Para a Polícia Civil, o PM que filmou as agressões disse que o grupo estava em maior número e alegou que não estava armado. “Ele disse que temeu pela sua segurança e da companheira, motivos para não ter ajudado o colega”, relatou o delegado Bastos.
O outro PM disse que não puxou a arma para evitar uma “chacina”. Se tivesse atirado, teria que ter matado uns quantos ou ter morrido. Ele optou por sair do local.
Os resultados, tanto do IPM quanto da Sindicância, não foram divulgados.

MENOR TEVE PARTICIPAÇÃO DIRETA, APONTA INVESTIGAÇÃO

Depoimentos de envolvidos no crime confirmam que o menor João Gabriel teria sido uns dos primeiros a agredir o policial. Na imagem das câmeras de segurança do Posto Batovi, o adolescente aparece atingindo o PM Bento e logo depois sai correndo. Ele é perseguido e baleado.
As imagens (que não são as mesmas divulgadas em redes sociais) são mais definidas e mostram um ângulo aberto do local do crime. Nelas, aparece o princípio das discussões, a participação de todos os identificados no crime e a presença dos PMs de folga. É bem claro também os disparos efetuados pelo PM e o momento em que ele pega o facão, que fica ao lado do adolescente João Gabriel (caído), e atinge Silvio Jobim D’Ávila, que também lhe atacava.
Por cerca de 10 minutos, o grupo segue se revezando em agressões ao PM caído e desacordado e momentos de depredação ao veículo dele, parado próximo as bombas de gasolina.

3 Comentários

  1. Então quer dizer que os outros que mataram o bento e estavam também bebados estão com a razão vão se fuder estes bando de imundicia tem que apodrecer na cadeia e juiz que deixar eles sair cuidado com estes delinquentes pode um dia ele tá julgando um deles de novo por ter matado um filho dele fica a dica

  2. essa noticia que o policial depois de morto por marginais esta sendo julgado meda nojo revolta me embrulhou.

  3. agora o policial é criminoso e o marginal é santo e ainda tem advogado que defende esse tipo de pessoa se eu fosse advogado não tinha dinheiro que me pagasse para defender um marginal desse queria ver se fosse seu parente.


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