* Ex-chefe de Gabinete do vereador Nenê foi exonerado na segunda-feira. Ele reava parte do salário
Nova polêmica no Legislativo Municipal. Desta vez, envolvendo o ex-chefe de Gabinete do vereador Paulo Sérgio Barros da Silva (Nenê), do PDT, José Luis Amaral da Silva, e uma denúncia de que ele teria que rear parte do salário para o irmão do presidente da Câmara Municipal. Amaral foi exonerado na última segunda-feira (4). Embora o vereador garanta que os motivos sejam outros, o ex-CC aponta como principal causa os atrasos no pagamento de um carnê de financiamento de um carro para o irmão do parlamentar. A parcela é de R$ 588,19 por mês. Amaral recebia do Legislativo o montante de R$ 1.102,50 (bruto).
– Eu cheguei a pagar as duas primeiras parcelas. Mas depois, não consegui manter em dia. Atrasei as duas últimas parcelas e, neste mês, iria para a terceira, pois não tinha como continuar pagando. Tenho certeza que foi por causa disso (por não ter pago o carro do irmão dele), que o vereador acabou me exonerando – disse Amaral.
Ontem, o vereador Nenê tentou dialogar com o ex-funcionário. Ele teria afirmado que a decisão foi política. – Ele alegou que foi pressionado politicamente. Que eu não teria apoiado os candidatos do partido dele e que, no ado, eu teria sido assessor do vereador Roque. Mas, isso todos já sabiam quando ele me contratou em abril deste ano – argumentou.
No Espírito Santo, no município de Aracruz, denúncia de um ex-servidor comissionado repercutiu com a abertura de um processo crime no Ministério Público. O chamado “Esquema Rachid” era comandado pelo vereador Ronis José Pereira Alves (PDT), que exigiu parte dos salários para ele ou para seus parentes.
O CONTRATO
Em entrevista ao A NOTÍCIA, Amaral disse que foi contratado em abril deste ano para exercer o cargo de Chefe de Gabinete do vereador. Desde o primeiro mês, R$ 588,12 tinham que ser reados para o irmão do presidente do Legislativo Municipal para quitar a parcela mensal de um carro. Amaral foi exonerado na segunda-feira ada. Antes disso, ele já havia ficado 16 anos no Poder Legislativo (de 1984 a 2000) e quatro anos na prefeitura municipal (de 2001 a 2004). Em 2005, quando trabalhava para o vereador Roque Hermes, retornou, ficando até 2008.
Em 2010, sabendo da exigência de rear parte do salário, Amaral aceitou trabalhar para o vereador Nenê. Só não teve condições de seguir reando a parcela do salário.
Amaral garante que a presença do irmão do presidente era notada por colegas de Legislativo sempre nos dias de pagamento. – Ele nunca trabalhou lá, mas estava lá sempre na época de pagamento. Os próprios vereadores podem confirmar isso – finalizou.